Rio Grande do Sul deve expandir área de soja na Safra 2024/25

Antes de iniciar a próxima safra, os produtores seguem com desafios de buscar recursos e recuperar áreas de plantio.

E, como o imaginado, o crédito segue como prioridade para a recuperação dos produtores do Rio Grande do Sul afetados pelos problemas climáticos, porém, o uso da tecnologia, a correção de solo e a possibilidade de expansão da área de soja no estado elevam as expectativas de bons resultados na próxima safra. “As enchentes colocaram em xeque a recuperação das áreas de plantio em tempo do início da próxima safra, mas não descartamos revisões positivas em nossas estimativas para o estado, levando em consideração a migração do milho para a soja. Apesar da projeção de crescimento de área não chegar a 1%, o estado deve manter a trajetória de expansão da área de soja iniciada na temporada 2007/08”, afirma André Debastiani, coordenador da expedição.

Na safra 2023/24, a Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, apontou uma produtividade da soja de 51,2 sacas por hectare– o que representa uma queda de 6 sacas em relação à projeção inicial, antes das chuvas de abril, retirando 2,4 milhões de toneladas da produção do estado. Com isso, o Rio Grande do Sul finaliza a safra com 20,5 milhões de toneladas, em área plantada de 6,7 milhões de hectares.

No evento de fechamento da safra de soja, realizado pela expedição no final de julho no Parque da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, o vice-presidente da cooperativa, Enio Schroeder, destacou que os produtores enfrentaram secas e queda na produção nos últimos anos, além de insumos com preços elevados e baixos preços da soja, que causaram grande impacto na renda. “Essas sequelas já eram grandes o suficiente quando tivemos a enchente. O Sul do estado, onde as chuvas foram mais severas, e a região do Planalto, que teve erosão e perda de solo, mostram o cenário que temos para recuperar”, disse Schroeder.

Para Paulo Cezar Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro), e Caio Vianna, presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), a correção e o manejo do solo deverão garantir a “redenção” do Rio Grande do Sul na próxima safra. “A rede técnica está revisando as recomendações aos produtores para garantir os tratos necessários para preservação do solo e aumento da produtividade”, explicou Vianna.

“Temos um momento em que nossa renda não é expressiva, temos preocupação com os estoques de produtos dentro das cooperativas e com a falta de comercialização. Nesse cenário de cautela estamos trabalhando intensamente com a Rede Técnica de Cooperativas para que, por meio da preservação e de tratos com o solo teremos aumento de produtividade”, afirmou o presidente da Fecoagro-RS.

Com relação ao trigo, a safra 2023/24 no Rio Grande do Sul chegou a 3,15 milhões de toneladas, segundo a Agroconsult, em área de 1,5 milhão de hectares. A produtividade alcançou 35 sacas por hectare. No plantio da safra 2024/25, afetados pelo clima irregular e a baixa rentabilidade da cultura, os produtores optaram por reduzir investimentos, com menor adubação e maior eficiência no uso de defensivos. “O esforço vem sendo feito para garantir uma safra mais próxima da normalidade”, aponta Debastiani.

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